Levantamento foi realizado pela APCD-RMC junto ao Semae; fluoretação é fundamental para prevenção de cáries em crianças
Em 22 de março comemora-se o Dia Mundial da Água. O que muitas pessoas não sabem é que a água potável que chega até as torneiras de suas casas possui adição de fluoreto, elemento químico popularmente conhecido como flúor. A medida de saúde pública é prevista na legislação federal desde a década de 70 e o avanço em sua implantação tem sido fundamental para prevenção de cáries, especialmente entre as crianças.
“A lei da fluoretação da água foi um avanço para a Saúde Bucal no Brasil. As estatísticas indicam uma queda bastante significativa na incidência de cáries entre aquelas crianças que possuem acesso à água fluoretada desde o nascimento. Felizmente, em nossa cidade e em nossa região, contamos com o serviço de fluoretação que certamente está beneficiando nossas crianças”, destaca o presidente da APCD-RMC, Paulo Henrique Marques de Oliveira.
Levantamento realizado pela Associação Paulista dos Cirurgiões-Dentistas Regional Mogi das Cruzes (APCD-RMC) junto ao Serviço Municipal de Águas e Esgoto (Semae) indica que Mogi das Cruzes possui nove pontos de fluoretação da água. No total, cerca de 450 mil habitantes são beneficiados pela medida.
Os pontos de fluoretação estão localizados nas duas Estações de Tratamento de Água (ETAs), no centro e em Cezar de Souza, e em sete sistemas de poços isolados nos bairros Parque das Varinhas, Parque São Martinho, Jardim Nove de Julho, Boa Vista, Barroso, Biritiba Ussu e Chácaras Guanabara.
Segundo as informações enviadas à APCD pelo Semae, o município de Mogi das Cruzes utiliza, no processo de fluoretação, o ácido fluossilícico, que contém em sua estrutura íons de fluoreto. A dosagem é realizada na etapa final do tratamento da água, sendo utilizadas 5,5 toneladas do produto todos os meses.
Crianças sem cáries
A estudante João Henrique Catrezana de Oliveira é morador de Mogi das Cruzes e chegou aos 11 anos de idade sem nunca ter tido cáries. O pequeno mogiano faz visitas regulares ao cirurgião-dentista, mas apenas para consultas orientativas de rotina. O caso dele tem se tornado cada vez mais comum.
Dados da última Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, divulgada pelo Ministério da Saúde no ano de 2010, apontou uma redução de 26% de incidência de cáries nas crianças de 12 anos desde 2003. Outro dado relevante foi o número de crianças que nunca tiveram cárie na vida. A proporção de crianças livres de cárie aos 12 anos cresceu de 31% para 44% no mesmo período.
“Os resultados positivos obtidos pelo país em 2010 certamente estão diretamente ligados à ampliação do acesso à população à água tratada e consequentemente à fluoretação, além da ampliação dos serviços públicos de atendimento odontológico. Em breve deveremos ter os resultados da nova Pesquisa Nacional de Saúde Bucal e poderemos ver se essa tendência será confirmada”, pontua Paulo Oliveira.
Além disso, dados do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) indicam que, nas últimas quatro décadas, os níveis de cárie dentária registraram um declínio importante no estado, principalmente em crianças. De acordo com o órgão, antes da adição de flúor aos cremes dentais e à água, uma criança de 12 anos de idade tinha, em média, 8 dentes atingidos pela doença. Atualmente, esse número não ultrapassa 2 dentes.
Sobre a fluoretação
O presidente da APCD-RMC, Paulo Oliveira, destaca que a fluoretação da água é prevista em lei federal e deve ser realizada em todos os municípios que contam com sistema de abastecimento, como parte dos programas públicos de saúde e saneamento. A exigência é prevista na lei federal número 6.050, de maio de 1974.
A fluoretação é um processo que consiste em adicionar o fluoreto à água durante o tratamento. O flúor age aumentando a resistência e promovendo a remineralização do esmalte dos dentes. O teor de flúor na água é definido de acordo com várias questões, incluindo as condições climáticas e o consumo médio diário de água por pessoa me cada região.